quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ventanias e calmarias


Esperar atrás da porta a lenta ventania passar
Segurar o medo, alimentar a fé
Cedo ou tarde, volta a luz à lamparina!
Dentro do peito cresce a voz que arde
Já não é preciso esperar
Respira a calmaria de um novo tempo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Twitter: conto em 140 toques?


Entrei no site Submarino.com, lá estava o banner tentador: promoção...
Sou fanático por promoções, tanto aquelas que dão descontos , quanto aquelas que premiam como "concurso cultural". A promoção, dessa última categoria, consiste em escrever um "conto" com até 140 toques, incluindo o título e o endereço para devolução!) com o tema "literatura" e , quem sabe, ganhar 10 livros. Ummmm... Lá vou eu, me cadastrar em mais uma rede social( quantas mesmo?) só para paricipar do concurso.

O resultado foi este:

Ela e o Livro.

Manhã cinzenta, ela sai de casa.

Confere: dentro da Bolsa, Lispector descansa.

Agora sim: um dia de sol.




segunda-feira, 16 de março de 2009

Celebração

Celebro o dia de hoje, pois nele está tua presença amorosa.
Celebro a tristeza que se esforça em ser alegre, porque sabe que valeu a pena.
Celebro o presente que é a força que vem de ti.
Celebro cada dia em que não te conheci, porque foram o começo.
Celebro o que ganhei com tua partida: a certeza de nunca mais ser sozinho, porque sou teu.
Celebro a lembrança que chega de repente: é tudo que necessito para continuar.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

“ A Queda - Os Últimos Dias de Hitler”

“Meu próprio povo falhou. Não derramarei uma única lágrima.
É o destino deles. Eles são os únicos culpados”
(Hitler,em “A Queda”)


Um grupo de jovens mulheres ultrapassa uma barreira policial, no meio da noite.Uma delas será escolhida como secretária particular do fuhrer Adolf Hitler.
Entre o temor reverente e a curiosidade, aguardam na ante-sala o momento de serem entrevistadas pessoalmente pelo próprio Hitler. Logo a porta se abre e ele surge. Aproxima-se, cumprimenta cada uma delas de forma amável, gentil. Quase uma figura paterna.
A primeira do grupo a ser avaliada é Traudl Humps, uma moça de 20 anos , de sorriso meigo. Antes de ditar o texto para que ela datilografe, Hitler lhe tranqüiliza: “Não fique nervosa. Cometo tantos erros que você jamais cometerá tantos quanto eu”.
Um Hitler que poderia ser qualquer um de nós. Esse é o primeiro grande impacto que o filme nos causa.Afinal, onde está o monstro sanguinário? Em que lugar se escondeu o sádico assassino de milhões de pessoas nos campos de concentração?
O filme “A Queda - Os últimos dias de Hitler” é muito mais que uma aventura juvenil, mais que um entretenimento para a “sessão da tarde”. Mostra aspectos do cotidiano no bunker nazista que nos permitem perceber também que os seres humanos são sempre contraditórios, “personas” complexas e surpreendentes, capazes de genialidades e altruísmo e da mais insana violência, sadismo e desprezo ético pela vida, num paradoxo que ocorre,trágico.
Baseado na obra do historiador Joachim Fest, principal biógrafo de Hitler e nas memórias de Traudl Humps, a secretária retratada no filme, mostra os últimos meses do regime nazista, a insanidade da guerra nas ruas de Berlin, a carnificina nos hospitais atulhados de feridos, a rotina de confinamento no bunke. E a irremediável aproximação da derrota final e todas as implicações.
No início do filme, num depoimento deTraudl Humps, agora uma velha senhora, ela admite:
“Deveria ter me dado conta da monstruosidade em que estava me metendo, antes que fosse tarde. Eu não podia imaginar o que estava para acontece re mesmo assim, é difícil perdoar a mim mesma por isso”.


No aniversário do fuhrer, 20 de abril, já se escuta o som da artilharia russa nos arredores de Berlin. O Hitler que vemos agora, diante do seu alto-comando é um homem transtornado, desfigurado, que vocifera, grita e esbraveja.
Em conversas reservadas, seus mais fiéis colaboradores já admitem a rendição. H. Himmler, chefe da SS e da Gestapo, negocia a rendição com os aliados:“Os Aliados vão perceber que só nós [os Nazistas] podemos resistir aos bolcheviques”.

Hitler alterna momentos de serena aceitação da derrota com delírios de grandeza ou acusações de covardia contra seus generais e o povo alemão.
Severamente bombardeada, Berlin é toda um amontoado de escombros, ruína. As forças nazistas entraram em colapso. Crianças e adolescentes se matam pelo Reich. O drama dos três milhões de civis berlinenses não comove Hitler: “Em uma guerra como esta não existem civis. (...) Se a guerra está perdida, não importa se o povo perecer”.
Tendo perdido o senso da realidade, Hitler insiste que batalhões destroçados enfrentem o ataque russo. Noutro momento é um homem alquebrado, que se lamenta: “Minhas ordens caíram em ouvidos surdos” e anuncia sua decisão: “Se acham que vou deixar Berlin, eu prefiro estourar os miolos!”.
No bunker fala-se de suicídio, discutem-se métodos de morrer rápido. Cápsulas de cianureto são distribuídas, pois são “método mais seguro e indolor”. O suicídio do alto – escalão nazista é mais que uma fuga das conseqüências da derrota. Há um clima de luto generalizado por algo que se perdeu. A mulher de Goebbels, pouco antes de assassinar os seis filhos do casal afirma:“Nosso ideal morreu. O mundo sem o fuhrer não é digno de ser vivido. Por isso as crianças estão aqui. Elas são boas demais para o que está por vir“.
Hitler se suicida junto com Eva Braun. Seu ordenança, Otto Gunsche carrega os corpos para uma vala e cumpre a ordem do fuhrer: “Quero que meu corpo seja queimado, para que nunca o encontrem”.
A morte de Hitler ainda não é o fim da guerra. Reunidos no bunker, seus colaboradores decidem sair e resistir aos russos até a última bala. Às mulheres do grupo é dada a sugestão de abandonar o grupo, atravessar as fileiras russas. Traudl Humps aceita sugestão.
Enquanto caminha , um menino alemão corre e segura sua mão. Atravessam juntos o batalhão russo. É uma afirmação da esperança, de um novo tempo, um recomeço para o povo alemão.
O depoimento final de Traudl Humps é a síntese da culpa que o povo alemão ainda carrega:
“Eu estava satisfeita por não ser diretamente culpada por todas aquelas mortes. E não sabia então sobre aquelas coisas (...) mas um dia percebi que ser jovem não era desculpa e teria sido possível descobrir toda a verdade”.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Escritores da liberdade, o filme


Sobre o filme


Em Los Angeles, Califórnia, início dos anos noventa. Tensão explode em conflitos raciais, revelando uma cidade dividida.

No cenário de violência, a jovem professora Erin Gruwell inicia sua vida lecionando no Colégio Woodrow Wilson. O colégio está no início de um programa de integração racial e se tornou de escola modelo, em um território de gangs, um ambiente socialmente degradado.

Jovem bem-nascida, tem uma visão idealizada da profissão. Diante do olhar incrédulo da burocrática chefe de Departamento, confessa: “Pensei estudar Direito, quando vi os conflitos nas ruas. Mas pensei: se eu estiver defendendo quando já forem aos tribunais, a batalha já estará perdida. A verdadeira luta está aqui, na escola”.

Os primeiros contatos com a turma são desanimadores. A sala de aula reflete a divisão racial. Latinos, asiáticos, brancos e negros, isolados em seu espaço. Cada grupo com sua linguagem e sinais, hostis entre si. Como diz uma das alunas: “As escolas são como a cidade. Todas elas divididas em seções separadas”. Ao menor sinal, a violência explode dentro da sala. E já está banalizada, faz parte da rotina de todos.

Procurando apoio dos colegas na sala dos professores, Erin Gruwell escuta que não deve desanimar, pois logo os alunos da turma “param de vir, desistem”. A escola fecha os olhos à realidade social. Mantem-se alheia aos conflitos, mesmo quando ocorrem no pátio da escola: “É nossa política não discutir o assunto”, revela um dirigente.

A primeira tentativa da Professora Erin é com o uso de letras de música para ensinar conteúdo de Inglês. Seleciona um RAP, mas os alunos sabem a letra de cor e desdenham: “Você não faz idéia do que fazer aí na frente, não é? Nunca deu aula antes, não é?”.
A professora tem um “insight” quando descobre um desenho de conotação racista circulando na sala. Fazendo um paralelo do racismo cotidiano e da luta entre as gangs com o nazismo e o holocausto, revela-se toda a tensão, os ressentimentos contidos nas vidas dos seus alunos. Inclusive seu papel é questionado, mostra às contradições de sua história em comparação com a dura realidade dos alunos. Uma aluna diz: “Você não sabe a dor que a gente sente”. Um colega completa : “ Não vou te respeitar só porque te chamam professora”.
Num esforço para compreender seus alunos, a professora faz perguntas sobre as dificuldades comuns a todos eles. Surpresa, ela descobre que somente um deles já ouviu falar em Holocausto, mas quase todos já levaram um tiro.

É visível o esforço da professora para cumprir seu papel, enfrentando o sistema educacional acomodado, representado pela chefe de departamento.Para ela, o melhor que a professora Erin pode fazer é ensina-los a obedecer e ter disciplina. “Já é uma realização enorme para eles”, confessa.

A escola reflete essa visão autoritária: excludente e ineficiente, é um depósito de alunos tratados como incapazes, para quem os livros oferecidos são os mais simples, evitando o “desperdício” do acesso a livros novos e de qualidade.

Com o “jogo da linha”, a professora consegue avançar ao encontro com sua turma.
Passando uma fita adesiva no meio da sala, dividindo a turma em duas partes e colocando os alunos frente a frente, faz perguntas e pede que caso se incluam na resposta, caso digam SIM àquela pergunta, pisem sobre a fita. Frente a frente, olho no olho, membros de grupos rivais descobrem que tem pontos em comum. Percebem semelhança em seu estilo de vida, na exclusão social comum aos latinos, negros, cambojanos e brancos pobres. Parece que pela primeira vez percebem os colegas com seres que carregam a mesma dor e não como causadores.

Em outro momento, a Professora Erin Gruwell surpreende os alunos com cadernos, para que cada aluno escreva sua própria história e percebam que cada um é um indivíduo especial e único. O caráter didático da experiência, ao reforçar a auto-estima, não pode valer nota, classificação ou qualquer avaliação. Ressalta inclusive o direito de cada um a sua intimidade e privacidade, reforçando que só vai ler aquele que tiver (e quando tiver) permissão.

Certo dia, encontra os diários no lugar que significava permissão para que os abrisse. Os depoimentos comovem. Uma aluna diz: “Em toda guerra há um inimigo. Eu vi minha mãe apanhar até quase morrer. Vi o sangue e as lágrimas correrem no seu rosto e me senti impotente e assustada”. Um aluno diz já ter visto mais cadáveres que um coveiro.

O sucesso revelado pela integração crescente do grupo, melhores notas em redação e leitura, não facilita a vida da professora diante do departamento escolar. Os conflitos continuam. Buscando apoio do superior, a professora Erin procura o criador do programa de integração e mostra que, apesar de bem intencionado, na prática o programa “esconde os garotos até eles desaparecerem. Dizemos para irem à escola se educar e depois dizemos que eles não aprendem e por isso não vamos investir neles”.

Vencendo resistências, passa a acumular empregos temporários. Leva seu casamento ao fracasso, por investir todo seu tempo na tarefa de apoiar a turma da sala 203. Junta dinheiro e investe em viagens e visitas a museus, para alunos que nunca haviam saído do bairro em que nasceram.
A visita ao museu do holocausto e o contato com sobreviventes do Holocausto (Gloria Ungar, Elisabeth Mann etc.) é marcante. O depoimento do aluno revela uma ampliação da sensibilização diante da violência: “ Vi pessoas morrerem a vida toda. Não sei porque isso me tocou”.
No segundo ano, início de um novo semestre, a professora organiza uma mesa com taças e champanhe. Simbolizando um rompimento com o passado de anulação. Propondo “um brinde à mudança”, onde cada um expressa o que vai deixar para trás a partir daquele momento. Um dos alunos, ao invés de falar, pede licença para ler um trecho do seu diário:


“A professora Gruwell, minha professora maluca de Inglês,
é a unica que me fez ter esperanças. Estou na sala 203, estou em casa”.



No final do semestre, os alunos rebelam-se com a perspectiva de mudar de professor. Apesar das tentativas, fica evidente que terão que mudar de professor.
A leitura dos “Diários de Anne Frank” faz sugerir como atividade final que escrevam uma carta tendo com destinatário Miep Gies, a senhora que ajudou Anne Frank e sua família quando estiveram escondidos dos nazistas. Um dos alunos pergunta se Miep Gies vai ler as cartas. A professora diz que não. Temos nesse momento a turma tomando a iniciativa, soberanos, buscando mecanismos de construção do conhecimento. Articulam meios de enviar as cartas, promovem atividades para arrecadar fundos e trazem Miep Gies para visitar a Escola Wilson.

O projeto final da turma é a redação de um livro com o conteúdo dos diários. Um do salunos resume o sentido do projeto:

“Temos algo a dizer.Não somos mais garotos.Temos uma história.
Não importava se agradasse apenas a nós mesmos.
A professora pediu um título, algo que nos definisse.
Escolhemos ‘ Diário dos escritores da Liberdade’”.



Filme: Escritores da liberdade (Original: Freedom Writers)
País: EUA/Alemanha -

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Desaprendizado


Sabe,
desaprendi a respirar
e sentir o azul macio do céu
ver o sol e seu pulsar.


É que ando distante do teu olhar
vaso de rosas vermelhas.
E de teus lábios
montanhas ao entardecer.
Ainda escuto a mesma canção
que já não fala de nós


Viver é mesmo assim: Tanto e tão pouco.
Fiapos de memória e
nossos pedaços espalhados
no chão.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Democracia como prova de amizade.





Eleições é assunto do momento, lugar-comum. Vemos as espetaculares e ricas campanhas das grandes cidades. Nos jornais, pesquisas que mostram o vaivém dos candidatos. O Guia Eleitoral tem ares de novela das oito e as páginas na internet são capazes de encher nossos olhos.
As campanhas profissionalizadas, o eleitor sem contato direto com o candidato e a roda-viva de um grande centro, tudo faz a eleição ocorrer dentro da chamada "normalidade democrática", viraram rotina.
Há também um justificado descrédito da possibilidade de mudança real pelo voto com uma participação política cada vez menor, inclusive provocado pelo nivelamento ideológico dos partidos e dos discursos de campanha.
Ninguém dá atenção as campanhas das pequena cidades, como elas mexem com a rotina e com as relações sociais. Como tem características tão peculiares.
Nos pequenos municípios a figura do indeciso é quase inexistente. A adesão a um dos lados, um dos partidos, ocorre já no início da campanha. "Partidos" também é força de expressão, pois são apenas legendas, usadas para preencher uma exigência legal.
Atualmente os partido estão sendo designados localmente por cores. É o " verde " contra o " amarelo " ou qualquer outra tonalidade do espectro de cores. Sim, porque também não há mais que duas correntes partidárias. Não há sequer partidos políticos sólidos.
Nas pequenas cidades também não cabe a figura do "apolítico". A neutralidade é vista com desconfiança, como se fosse uma falha de caráter. Há que se escolher um dos lados e geralmente a decisão ocorre muito antes do período eleitoral. O candidato que não é lançado logo após a definição das regras eleitorais, já parte com uma enorme desvantagem. Compromisso político é como a honra pessoal: não volta atrás, a não ser em caso extremo. Escolhe-se um lado e vai-se com ele até o final.Sim, porque também não há mais que duas correntes partidárias. Não há sequer partidos políticos sólidos. Quem está no poder muda de partido , se o seu candidato a governador ou presidente não se eleger, na maior sem-cerimônia. Governo e oposição disputam o apoio do governador que no fundo nem toma conhecimento da briga.

A possibilidade de vitória da oposição é sempre muito limitada. Depende mais dos erros do adversário do que de sua capacidade de articular um discurso de renovação política. O espaço público tem a cara da situação, o discurso oposicionista esbarra no argumento surrado de "tem serviços prestados", quando , na prática os tais "serviços prestados" são direitos constitucionais garantidos e o político que prestou o serviço é muito bem remunerado por ele.Vale um parêntesis: o serviço geralmente é um ato de assistencialismo, numa atualização grosseira das antigas práticas do coronelismo nordestino. Por exemplo, transportar doente em veículo oficial (e para um hospital também do serviço público de saúde...) tendo combustível à disposição, um "lanche" e uma ajuda de custo, tudo pago com o generoso dinheiro público.

Quem está no poder se apega a ele como um cão faminto ao osso. Não há o exaltado dever de servir ao povo, preocupação com o bem-comum. Beneficia-se de ter a máquina a sua disposição e faz uso dela sem o menor pudor. Direitos básicos dos cidadãos são manipulados e apresentados com um " favor ", um ato de generosidade do governante cujo pagamento é, obviamente, o voto.
Além de ser o principal empregador, manobrando a legislação para evitar o concurso público até onde é possível, também amealha apoios por meio das compras no comércio local. Comerciante fornecedor da prefeitura apoia seu candidato, mesmo que tenha que brigar para receber o dinheiro que a prefeitura lhe deve.

Servidores públicos que eram os maiores opositores do prefeito, revelando detalhadamente os desmandos da administração pública local e toda a incompetência do titular, de repente andam abraçados com ele, visitam os mais distantes e inóspitos recantos da área rural do município, fazendo trabalho de convencimento de eleitores.Muitos sacrificam as férias, a licença-maternidade, a licença-prêmio para apoiar sua reeleição ou o candidato que vai "substituí-lo". Geralmente, fazem isso é mesmo durante o horário de trabalho, com desfaçatez ,na maior cara-dura. Professores exaustos pela rotina de trabalho, mal pagos e insatisfeitos, lá se vão, sacrificando seu descanso semanal constitucional em defesa do "seu" candidato.
Mas o que é mais surpreendente e digno de uma tese de mestrado é o estremecimento das relações humanas, antes cordiais e serenas, como é típico de um ambiente rural. Tamanha paixão se adquire por um ou outro lado, há um acirramento dos ânimos que vai muito além da paixão política: antigas amizades ficam estremecidas, parentes se desconhecem, vizinho se provocam. Se o pais e filhos apoiarem candidatos diferentes, haverá provocação de parte a parte, comprometendo a harmonia doméstica. Expressões carregadas de ressentimento e mágoa agridem aquele que ousar apoiar o candidato do outro lado, onde antes havia um sorriso generoso. Evita-se visitar parentes ou mesmo levantar o olhar , estabelecer contato visual com o adversário. Bater papo já é visto como uma capitulação, uma fraqueza, pois deixa margem para que o outro aborde o assunto "política " e assim argumente em favor do candidato dele. Ou seja, é a democracia ao contrário, onde o debate político fica travado. E, candidatos sem plataforma política, são escolhidos por "afinidades". É a Democracia como prova de amizade.